As Sagradas Escrituras revelam que o primeiro altar foi construído por Noé (cf. Gn 8,20). Outros foram feitos depois por Abraão, Isaac, Jacó, Moisés e Josué. Mas qual o significado do altar?
Do grego, a palavra altar significa lugar de sacrifício, e do latim altus significa plataforma elevada. Um altar de igreja é, desde a antiguidade, um local elevado, uma pedra consagrada sobre a qual se celebram ritos religiosos. Sobre os altares, narra a história bíblica, os primeiros homens fizeram sacrifícios de animais e ofereciam frutos a Deus.
O povo de Israel, narra o livro sagrado Levítico, oferecia como sacrifício a Deus cordeiros e outros animais como forma de reconhecimento de sua divindade. Com o passar do tempo, além de oferecer sacrifícios, os altares passaram a ser utilizados para queimar incenso.
Contudo, os sacrifícios oferecidos a Deus não eram perfeitos. “Pois é impossível que o sangue de touros e de carneiros tire pecados” (Hb 10,4).
Cristo é o altar, o altar é Cristo
Na Nova Aliança com seu povo, Deus enviou seu Filho à humanidade. Cristo, num corpo mortal, pôde sofrer as dores como todo humano. Porém, como Divino Filho de Deus seu sofrimento adquiriu um valor infinito. Por isso o ofereceu a Deus Pai como sacrifício para libertar a humanidade da dívida adquirida por meio do pecado.
Jesus é o altar da Nova Aliança capaz de reconciliar a criatura com o Criador de forma definitiva. Cristo é o altar, pois nele se realiza o sacrifício redentor.
O altar, portanto, adquiri um novo significado no Cristianismo. O altar de igreja é a mesa sobre a qual Jesus sacrificou-se pela humanidade, oferecendo-se no altar da cruz. O altar de igreja representa não apenas a pessoa divina de Jesus, mas a sua ação redentora.
Na última ceia Jesus pôs-se à mesa com os Apóstolos. “Tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: ‘Tomai todos, e comei: isto é o meu corpo’. No fim da ceia, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos seus discípulos, dizendo: ‘Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu sangue. Fazei isto em memória de mim’” (Lc 22,14). Vivemos esse momento na Missa quando o sacerdote consagra o pão e o vinho que nos é oferecido como alimento.
O Catecismo da Igreja nos ensina: “O altar, em tomo do qual a Igreja está reunida na Celebração da Eucaristia, representa os dois aspectos de um mesmo mistério: o altar do sacrifício e a mesa do Senhor, e isto tanto mais porque o altar cristão é o símbolo do próprio Cristo, presente no meio da assembleia de seus fiéis, ao mesmo tempo como vítima oferecida por nossa reconciliação e como alimento celeste que se dá a nós” (CIC 1383).
Como deve ser altar de igreja
O Missal Romano indica: “O altar, em que se faz presente o sacrifício da cruz sob os signos sacramentais, é também a mesa do Senhor” (MR nº 296). A Bíblia indica que o altar é a Mesa do Senhor (Cf. 1Cor 10,21). E para lembrar a pessoa de Cristo e do seu sacrifício, o altar de igreja deve conter cinco cruzes que representam as cinco chagas de Jesus.
“É desejável que em cada igreja exista um altar fixo, já que desse modo significa mais claramente e permanente a presença de Jesus Cristo, a Rocha Viva (1Pd 2,4; Ef 2,10)”, explica a Igreja por meio do Missal Romano (cf. nº 298).
O material preferível para a sua construção é a pedra (mármore ou granito, por exemplo), num único bloco. Pedra porque Cristo é a Pedra Angular, ou seja, a base fundamental sobre a qual foi edificada a Igreja. A pedra foi escolhida por sua solidez o que transmite firmeza e estabilidade. No entanto, é possível encontrar em algumas igrejas altares construídos em madeira.
A Igreja também determina que “onde for possível, o altar principal deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo. Pela sua localização, há de ser o centro de convergência, para o qual espontaneamente se dirijam as atenções de toda a assembleia dos fiéis” (Missal Romano 299).
Comentários